quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

tec tec tec tecno

BATE NA MEDIDA QUE DÓI
DÓI NA MEDIDA QUE BATE
DÓI NA MEDIDA DA BATIDA
A BATIDA DÓI NA MEDIDA
A MEDIDA DA BATIDA DÓI
DÓI A BATIDA NA MEDIDA
MEDIDA A BATIDA, DÓI

NO COMPASSO, PASSO A MEDIDA
NO COMPASSO, PASSO A BATIDA
A BATIDA METIDA NO COMPASSO, PASSA, PENSA, PINÇA, POSSA, PULSA.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

O buraco

As crianças não devem falar com estranhos, pois são muito inocentes.
Os adultos não devem falar com estranhos, pois não são nada inocentes.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Perante os caminhos

Nado num mar desses
para aprender um nada
que me enche de tudo.
E voando nesses ares que aprendo a respirar,
e a querer mais.
Andando que eu sinto meus pés firmes no chão,
a lama que suja e depois eu lavo com minhas próprias mãos.

Porque eu nasci, tenho que nadar, voar e andar.
Ao nadar, me afogar
Ao voar, cair
e ao andar, tropeçar.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

pare

Nossa podre carne,
alma pobre.
O que há de nobre, no homem?

A nobreza está na força.
A força não está nos músculos, mas na alma.
A força está no silêncio e no entendimento.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Tudo que sinto muito.

Não quero ter os lábios rachados.
Me recuso a viver no ódio,
ainda que eu pareça uma fraca.
O mundo está todo ao contrário
e dói demais se virar pelo avesso.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Todas numa manhã.

Entro e começo.
O que será que irei ver? Algo interessante?
Hum... Essa é uma boa rua.
Devagar passando, mulher se espreguiçando...
Braços à frente e bunda lá no alto, bem pra trás. No que será que ela pensa?

Confusão na pista em meio a um semi engarrafamento.
Hum... um carro grande (olha como não gosto das coisas grandes)
bateu de leve na bunda do carro onde eu me encontrava.
Audição sedada pelos vidros fechados, apenas gestos que vão se afirmando nervosamente.
Nervos, nervos, nervos!!!
Nervos errados com razão.

Medo de subir e descer a escada, mesmo sendo rolante.
Mas é muito mais ligeiro.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Um dos animais

Eu sempre escutava o barulho quando caminhava a caminho de lá.
Imaginava ser o barulho do pássaro, e era!
Rasga Mortalha é o seu nome, nominado sei lá por quem.

Mas que tem a ver, tem! A bicha conseguiu me fazer rasgar um sorriso,
quando decidiu dar uma parada num pedaço de pau e observar as coisas passantes - ou talvez estivesse só descansando mesmo, sabe-se lá o que um animal medonho daquele pensa! - não pude conter o sorriso, tão sincero quanto a minha admiração, admito.
Finalmente estava conhecendo profundamente o dono daquele piado sinistro e fabuloso.
Ao meu lado, tão próximo.

Muito pequena (e como gosto das coisas pequenas!), cara de quem não quer conversa
e de quem não tem muita pena, a não ser as suas, que a escuridão me impediu de distinguir as colores. Veio logo na minha cabeça aquela cena linda: ela vindo em minha direção numa velocidade alucinante e enfiando o bico arqueado em um dos meus olhos!!
Muito interessante essa nossa interação.

Foi concedido a mim um momento de descoberta, de beleza e de alegria tão grande, que mal pude acreditar.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Mate-me na volta!

Meu velho sonho de ser grande quando era pequena
maior do que a torre Eiffel, monámû!
Agora até que tô grande, menor que um soldadinho.
mas soldadinhos usam capinhas, na verdade eles são menores ainda.
É muito normal saírem formigas de seus furicos, quando estão jazidos no chão.

Às vezes minha boca começa a espumar e eu prefiro ser o animal ao lado.
Ele late em francês, uí!

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

versos de lama



sujava os pés e as mãos
depois era só lavar na lama
e estribuchar.